terça-feira, 1 de março de 2016

Por que o brasileiro continua comprando carros?

A notícia do site UOL desta segunda-feira (29)mostra que as expectativas para o setor automobilístico não são das melhores. Especialistas na área revelam que a falta de dinheiro do brasileiro começou a impactar no setor, que trouxe inúmeras demissões de funcionários e corte de custos. Contudo, isso não atinge significativamente os que ainda não sentiram a crise: sejam consumidores mais abastados ou até mesmo fabricantes.
O fato é que existe uma contradição lógica quando aplicamos a teoria micro e macroeconômica na prática: apesar das vendas de carros populares possuírem previsão de diminuição cada vez maior, isso não ocorre com o preço do produto e também não causa impacto para os chamados “carros de luxo”.
O que acontece é que a elasticidade é pequena em relação àqueles que demandam. O resultado indica que o carro tem pouca sensibilidade a variações de preço, devido à relação da variação percentual da quantidade demandada ser menor que a variação percentual do preço que a causou. Para o consultor em Trânsito Alexandre Zum Winkel, "o brasileiro é culturalmente apegado ao automóvel. É um problema cultural. Existem alguns produtos materiais, entre eles o carro, que são prova de que o brasileiro cresceu na vida. É uma forma de status." Ou seja, não importa a ponto de preferir adquirir um modelo anterior, mesmo os valores cobrados no Brasil sendo muito elevados tanto em relação a países desenvolvidos (Alemanha, EUA) tanto em relação a economias parecidas com a nossa (México, Argentina).
Além disso, temos que em relação aos impostos indiretos (ou seja, aqueles que incidem sobre produção e circulação de bens e serviços), como o IPI para o carro, existe uma má regulação do governo em relação a eles. Muitos economistas defendem que o Estado prefere reduzir o IPI como forma de incentivar o consumo (e posterior lucro contínuo dos fabricantes) do que pressionar as montadoras a diminuírem o preço do produto final.
Confiram a reportagem na íntegra!