No estudo da teoria macroeconômica, mais especificamente, da
teoria de contas nacionais, existe um índice que é um excelente indicador de
qual papel determinado país exerce no comércio internacional: o de provedor de
mão-de-obra, menos provido de tecnologia de ponta e importador da mesma; ou o
de exportador de tecnologia nacional, que geralmente comercializa produtos de
alto valor agregado, produzidos por empresas de sua nacionalidade dentro ou fora
de seus limites territoriais (multinacionais). Esse indicador é a Renda Líquida
Enviada ao Exterior (RLEE).
A RLEE é composta pela Renda Bruta Enviada ao Exterior (RE) –
parcela dos rendimentos que os estrangeiros (pessoas ou empresas), instalados no país em análise, enviam ao seu país de origem - e a Renda Bruta Recebida do
Exterior (RR) – parcela dos rendimentos que os nacionais (pessoas ou empresas), instalados em outro país, remetem para o país em análise. Como exemplo de envio
de renda ao exterior, temos o percentual do lucro que uma empresa
norte-americana instalada no Brasil envia para sua sede nos EUA, ou a parcela da renda de um americano residente no Brasil que é remetida para os EUA. Do outro lado, como exemplo de recebimento de renda do
exterior, temos a empresa brasileira atuante no mercado norte-americano que remete parte de seus lucros para a matriz instalada no Brasil, ou parte da renda dos brasileiros residentes nos EUA que é remetida para a economia brasileira.
Pois então, por que a RLEE é um indicador do papel de determinado
país no mercado internacional? Basta pensarmos nos exemplos dados de maneira
mais ampla. Países com muitas multinacionais e trabalhadores espalhados pelo
mundo tendem a receber uma enorme quantia de renda desses nacionais, o que faz
com que, na maioria das vezes, sua RLEE seja negativa (é o caso dos EUA). Já
países que fazem o papel de fornecedores de espaço e mão-de-obra para empresas
internacionais instalarem fábricas de alta tecnologia em seu território são,
geralmente, caracterizados por terem uma RLEE positiva (como é o caso do Brasil).
Isso faz com que o Brasil, por ter o PIB > PNB, prefira utilizar o PIB (Produto Interno Bruto) como principal indicador de crescimento econômico, já que o PIB é dado pelo PNB (Produto Nacional Bruto) acrescido da RLEE (RE - RR), onde a RLEE > 0. Por outro lado, países que possuem RLEE < 0, tendem a utilizar, como indicador de crescimento, o PNB, uma vez que, nesse caso, se terá PNB > PIB.
Isso faz com que o Brasil, por ter o PIB > PNB, prefira utilizar o PIB (Produto Interno Bruto) como principal indicador de crescimento econômico, já que o PIB é dado pelo PNB (Produto Nacional Bruto) acrescido da RLEE (RE - RR), onde a RLEE > 0. Por outro lado, países que possuem RLEE < 0, tendem a utilizar, como indicador de crescimento, o PNB, uma vez que, nesse caso, se terá PNB > PIB.
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