sexta-feira, 28 de setembro de 2018

"Vencemos a crise", afirma Temer

Michel Temer começou a se despedir oficialmente da Presidência da República na terça-feira, no discurso realizado na abertura do debate geral da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
Temer tem defendido o que chama de "vitória contra a crise" como o principal legado de seu governo - um dos mais impopulares do planeta, com 90% de desaprovação e 6% de aprovação, segundo pesquisa divulgada pelo Ibope no último dia 19.
"O desafio é tentar passar uma mensagem positiva sobre o país e a gestão. Algo como 'missão cumprida'", avalia um auxiliar, na condição de anonimato. "É uma retórica complicada, porque o Brasil ainda é visto como um país muito corrupto e burocrático, mesmo depois do impeachment da (ex-presidente) Dilma."
Como fez nos anos anteriores, o presidente pretende minimizar a impopularidade ressaltando a boa relação que mantém com deputados e senadores, o que teria levado à aprovação de projetos como o teto de gastos públicos, a reforma trabalhista, um plano de privatizações e a reforma do Ensino Médio.
"Os resultados estão aí. A inflação está novamente sob controle. A taxa básica de juros recuou ao mais baixo patamar da série histórica. A economia brasileira retomou o caminho do crescimento", disse Temer.
"É como uma família. Você não pode gastar mais do que aquilo que ganha." Afirmou o presidente, após o crescimento de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2017, após dois anos de recessão. A postura de distanciamento absoluto do governo de Dilma Rousseff, no qual foi vice-presidente foi mantida.
Sobre desemprego, o atual governante foi mais discreto. "Os empregos estão voltando", afirmou, apesar de 12,9 milhões de brasileiros (ou 12,3% da força de trabalho) ainda buscarem ocupação em todo o país, segundo os dados trimestrais mais recentes do IBGE.
Também foi na contramão do presidente americano, Donald Trump, e ressaltou a importância de órgãos e parcerias multilaterais, criticando medidas protecionistas e nacionalistas. Um exemplo foi a aproximação recente entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico, que assinaram em julho um plano de ações conjunto.
Para ler mais sobre o assunto, acesse: 

'Vencemos a crise': os 5 legados que Temer dirá ter deixado ao Brasil em discurso de despedida na ONU


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