Em audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) na tarde desta segunda-feira (2), sindicalistas se manifestaram contra uma possível fusão entre a Embraer e a Boeing. No final do ano passado, a imprensa noticiou uma negociação entre a empresa brasileira e a multinacional aérea americana para criar uma nova empresa focada na aviação comercial.
Para o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), Herbert Claros, o tema não está sendo tratado pelo governo com a devida atenção. Ele pediu que o governo atue em favor do Brasil e exerça seu poder de veto diante da negociação. Claros lembrou que a empresa não será privatizada, “porque esse processo já ocorreu em 1994”, com o governo apenas mantendo o controle acionário.
Para o sindicalista, o sucesso da Embraer permanece “por conta do dinheiro público” e acrescentou que a empresa precisa ser “reestatizada”. Segundo Claros, por meio de financiamentos do BNDES, medidas de isenção de folha de pagamento e outros incentivos, o governo brasileiro contribuiu com cerca de US$ 24 bilhões com a Embraer nos últimos oito anos.
— Não faz sentido querer vender por US$ 6 bilhões. Temos todos os motivos para dizer que essa empresa tem que ser brasileira — afirmou.
A audiência foi sugerida e dirigida pelo senador Paulo Paim (PT-RS). Paim sugeriu que os sindicatos façam um documento, com suas posições sobre o negócio entre a Boeing e a Embraer, acrescentando que a CDH enviará o documento para a Embraer e para o governo.
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