sexta-feira, 19 de maio de 2017

Adeus, planos econômicos...

       "(...) Os indicadores de queda de inflação, os números de retorno de crescimento da economia e os dados de geração de emprego criaram esperança de dias melhores. O otimismo retornava e as reformas caminhavam no Congresso Nacional.". É presidente...diante da sensibilidade dos planos de recuperação econômica que estavam em andamento, na tentativa de reconquistar a confiança de investidores brasileiros e estrangeiros, um encontro noturno com o dono de uma empresa envolvida em casos de corrupção e adulteração de alimentos não ajuda em nada. O vazamento do áudio desse encontro, mesmo que com falas não muito comprometedoras, foi o suficiente para causar um colapso da bolsa de valores desde ontem de manhã (hoje, somente 20 minutos após a abertura da Bolsa de Valores de São Paulo, os papéis caíram 10,47%, o que paralisou o pregão). O que os investidores menos gostariam de ver nesse momento era um possível princípio, por menor que fosse, de organização criminosa entre o Governo Federal e uma empresa de enorme influência no mercado financeiro brasileiro, visto que a ferida das relações PT/Petrobrás/Oderbrecht e mais tantas outras que foram se aliando ao esquema, ainda está muito aberta, ainda demandará muito esforço (traduzindo, trabalho) de todos os brasileiros para ser cicatrizada (esquecida, jamais). Faltou seriedade, sr Presidente...
        Enfim, focando na economia, a criação de quase 60.000 postos de trabalho em abril, primeiro resultado positivo para esse mês desde 2014; a constante queda da taxa de juros (SELIC) desde outubro do ano passado ocasionada pela inflação sob controle, queda essa sempre lembrada aqui no Blog; o resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central, que indicou nesta segunda que a economia brasileira voltou a crescer nos três primeiros meses do ano com alta de 0,29% em comparação ao primeiro trimestre do ano passado; tudo isso e mais tantas outras metas que o Governo gostaria de atingir, podem praticamente serem esquecidos diante desse quadro que gera alta volatilidade no mercado, e deixa investidores no escuro. Tudo que agentes financeiros mais temem.
        Tem também o caso das reformas, que, caso fossem realizadas com responsabilidade, aumentariam o capital do Governo a longo prazo, e, se esse capital fosse aplicado de maneira responsável e respeitosa, garantiria à todos os brasileiros uma aposentadoria digna, bem como investimentos nos mais diversos setores (infra estrutura, saúde, educação, segurança, etc), o que proporcionaria a milhões uma melhor qualidade de vida. Porém, a revelação da semana embaralhou todas as previsões dos bancos e consultorias e abalou o otimismo com a aprovação das reformas trabalhista (no Senado) e da Previdência. O mercado financeiro já tinha ‘precificado’ essa vitória de Temer, e precisará refazer as contas para avaliar as chances de que essas mudanças avancem no Congresso diante de um quadro tão complexo como o que se abre diante da possibilidade do presidente não terminar seu mandato.
        Mais informações podem ser lidas no link "Mercado dá adeus a reformas no curto prazo e prevê dias difíceis na economia".      

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