A notícia que se destacou nos noticiários durante a semana foi a da concessão de quatro importantes aeroportos internacionais espalhados pelo Brasil: em Salvador, Florianópolis, Porto Alegre e Fortaleza. O leilão foi uma iniciativa do governo Temer que visa iniciar um longo processo de privatizações. Entre os arrematantes, três grupos estrangeiros com vasta experiência no ramo da aviação civil: a francesa Vinci, a alemã Fraport e a suiça Zurich. A primeira ficou com o aeroporto de Salvador, Fraport com Fortaleza e Porto Alegre e a última com Florianópolis. A arrecadação soma 3,72 bilhões de reais, superando às expectativas do governo, e as concessões variam de 25 a 30 anos.
A concessão é um divisor de opiniões. Por um lado, a sensação de perda de "nossas" riquezas aos estrangeiros, por outro, a conformação de que as privatizações podem trazer excelentes resultados para o bem estar do povo brasileiro. E cá entre nós, para quem estuda economia é difícil aceitar a primeira.
O cenário atual é de aeroportos sem infraestrutura para atender a demanda. Obras não concluídas, terminais abandonados, escadas e esteiras rolantes paradas por falta de manutenção, banheiros em péssimo estado de conservação, falta de placas informativas e por aí vai. Para quem vive no Brasil, são fatos recorrentes na esfera pública, mas para muitos estrangeiros, uma calamidade, e, portanto, uma excelente oportunidade para geração de riquezas. Logo, o interesse desses grupos.
Até aí já entendemos. As firmas investirão nos aeroportos objetivando um retorno muito maior no futuro. Mas como nós, brasileiros, ganhamos com isso? Então, vamos lá.
A entrada desses grupos permitirá reformas estruturais que irão beneficiar todos os consumidores. Quem antes perdia tempo, conforto e paciência nos aeroportos, irá agora experimentar uma nova experiência: serviço de qualidade. Isso irá gerar maior credibilidade à longo prazo, estimulando o aumento de demanda, afinal, consumidores satisfeitos atraem mais consumidores. O aumento de demanda resultará em impactos significativos nas receitas, proporcionando novos investimentos. Além disso, os grupos com vasto conhecimento no setor, sabem melhor que os atuais operadores como otimizar os processos e os recursos para gerar um fluxo eficiente de operações.
Resumindo, o brasileiro pode até estar acostumado com serviços precários, mas gostar já é outra história. Basta deixar que o tempo mostre aos receosos as externalidades positivas que tais concessões irão trazer. Afinal, nada mais claro nesse panorama do que um dos princípios econômicos: o mercado pode ser bom para todos.
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